Diversão


Solução? Talvez... O que interessa mesmo é a parte em que todos os clichês passam despercebidos e a alegria toma a mente. Sem problemas, sem limites.
Este foi mais um desses finais de semana. Tudo foi bom, os problemas não existiram (exceto os que eu mesmo causei). No sábado, cobri o show do Celavi e da estreante consciente coletivo (me convidaram na "lata" para dar uma palhinha, que encarei na "lata" fazendo música divertida e improvisada), em um momento cultural realizado pela secretaria de educação de Sabará. Após muitas fotos, vídeos e cervejas, fui para casa tomar banho e me preparar para o jantar na casa da Mari (embora estivesse muito afim de ir para BH). Os bons encontros estão me acompanhando ultimamente e, logo, a caminho do jantar, encontrei Natan, companheiro de Muse e outros rocks, que me lembrou do aniversário da "A Obra" bar dançante "B" de BH. E ai minha noite teve outros rumos, muita música boa e gente interessante. Mas como disse anteriomente, o problema aconteceu. Fiquei chapado demais e perdi momentos "raros", que não me voltam de jeito nenhum! Eles não ficaram nas fotos, na mente e nem no celular (este ficou por lá mesmo, depois de sete anos, foi-se embora o último dos TDMAs!). Alguém muito massa anotou o endereço deste bar, talvez um bom resquício desta noite muito boa, porém intocável pela memória.

Uma história sobre viajens e amizades

Acaba quando ainda nem começou,
Comer aqui, tem gosto de mar,
E outro mar de maré tenra,
Tem me esperado,
Teima montanhas,
Montantes amigos,
Entre o tempo do lado ao outro lado

Eurapo, uma senhora velha,
Afundada em suas glórias e conquistas,
De sentimento frio, de pouco amores.

Um senhorio Brasilis,
Com tantos calcanhares de Aquiles,
E dono das solas dos teus pés

Começa o que não acaba,
A cada um, vários,
Várridos rios, recortes,
Barbas e bigodes,

Europa me ensina sobre a saudademas
Não a conhece mesmo depois de anostal senhora
Insiste em explorar aqueles
Que atravessam oceanos

Por hoje quero que minha pátria me abracesentir teu calor,
perder-me em teu sorrisoesquecer
tuas injustiçascelebrar teu povo

Golas curtas em frios,
Rostos sem brios,
Listas e botões,
Sabores de sim e nões

dores e laboresamores
caídos em solo auriverdepecados
alimentados pelo horror

Volto porém,
Aquem, sempre fico,
Rico de viagens,
Andei com minhas mentes,
Sem sair dos meus pés.


Intercâmbio poético por João Rafael e Lucas Pereira

Brasil/Portugal

O que você é?


Hoje foi mais um dia daqueles em que você acorda disposto a mudar o mundo, fazer por onde e fazer acontecer. Aqueles dias em que quase nada te incomoda. Eis que em minha leitura matinal, conheci um personagem. Talvez o grande personagem da minha vida. Há muito a saber sobre ele, como em um primeiro encontro, o amor a primeira vista tem suas reservas. Mas coerentemente percebi sua ligação com meus ideais e meu estilo de vida (ainda em construção e adaptação).


Seu nome: Jayme Ovalle. Mais que um compositor, que um poeta. Ele é a grande inspiração das rodas e dos sarais, pré- copacabana. Ganhou este mês uma notória matéria na revista bravo!, onde interagi com a figura pela primeira vez. Nada tem de muito famoso em sua obra, mas há obras que sem ele, nunca existiriam. Foi desenhado por Portinari e Di Cavalcanti. Foi escrito e descrito por Bandeira, Schimidt e Drummond e foi a alma de personagem de Sabino.


Bom, mas o fato que mais me chamou a atenção e que relevantemente trago para o fundo do mar são as suas delicadas e específicas categorias, para designar o ser humano. Eram cinco: Os "Dantas"(os puros de coração, os bem intencionados) , os "Parás"(os que buscam o sucesso), os Mozarlescos" (os românticos), os "Onésimos" (os sarcásticos e extremamente críticos, os esfriadores de ambiente!) e os "Kernianos"(os estourados). De cara (sem muita pretenção) me achei um "Danta". Em tão poucos ajustes, eis que ai estamos, todos nós. Ou seriam todos nós, suas categorias? O que você é? Eu, ainda fico como Danta, sem enganos prévios. Sâo caractéristicas-alma. Aquelas que você não apenas sente, mas vive, cospe, e engole seco. É uma boa "velha" nova forma de brincar com sua cabeça e seu orgulho...

Dreads parisienses

As vezes realmente sou esquisito. Ainda bem.

Da política nada mais espero. Não confio. Por ser politizado, me envergonho.

Ainda existem formas e valores que resistem a orgia democrática.

Conheço alguém a muito tempo, falo aqui, não de um político, mas de um sonhador. Ser hoje existe ONG Leão, se a juventude se uniu por algum momento por estas bandas, se essas representações tem nome, este nome é Zé. Não se preocupe com o número, não se preocupe com a novidade e nem com a informalidade (digna). Se atente para alguém que neste tempo, neste espaço, vive para alcançar uma meta e com uma única arma: a união e a decencia dos jovens. Coisa que os velhos bois das casas públicas não tem de forma alguma. Apenas uma homenagem oportuna para um amigo, que mais do que grande sonhador pertinaz, é uma pessoa de grande coração.

Memórias de um porão do rock

Quantas histórias para um dia e meio! A troupe ( Eu, Marcela, Natan e o atrasado coisinha) fizemos uma viagem de ônibus bem cansativa e engraçada. Um "santo" roncava (ou ronrronava, grungia, esbaforada sei lá) durante todo o trajeto e o cômico coisinha por hora se desmanchava em risos, por outra, imitava os ruídos emitidos pelo estranho da frente. Ninguém em Brasília sabia dar informação alguma, por isso, a decisão mais sensata quando chegamos na "suposta" rodoviária da cidade, foi rumar ao local do evento, o estádio Mané Garrincha. Quando chegamos, a surpresa: Nada. Não tinha nada perto, ninguém por perto (exceto o pessoal que limpava a sujeira do dia anterior) e nada pra fazer. Faltava ainda cerca de 6 horas para aberturas dos portões e então decidimos nos arranjar no sossego de uma sombra durante este tempo. Durante uma passagem ao shopping para pegar grana e lanchar um pouco, observamos vários apetrechos tecnológicos no banheiro, nas lojas e até mesmo no bebedouro e todos demoraram para conseguir fazer o que parecia tão simples: Esguichar água! Ah! Esqueci de comentar sobre algo que parecia impossível, se tratando do centro da capital do Brasil: Achamos uma goiaba! Depois de mais algumas horas de um sarau "mudo" e de poesias exdrúxulas, caminhamos por intermináveis metros (ninguém anda a pé em Brasília??) encontramos com o Marcelo e sua namorada de lá. Fomos para torre de TV e admiramos a vista da cidade, como tenho muita vertigem de altura com muita gente, não me demorei por lá. Estar ali com Marcela depois de quase desistir da viagem pelos acasos, foi a maior satisfação.
Enfim entramos. A primeira apresentação no palco pílulas, foi da banda local Gilbertos come Bacon, uma espécie de Tihuana (segundo Marcelo) com o Rappa. Uma mistureba bem enérgica e sem identidade que esquentou a tarde e nos preparou para o que estava por vir: Uma sequencia de diferentes sons e bandas com propostas ousadas e brilhantes. Me decepciono cada vez mais com as bandas mineiras que parecem se estagnar apenas no que pra mim, nada mais é que cópias ruins dos Hermanos cariocas. A cena mineira está fraquíssima perto do resto do Brasil, prova disso: Numero de bandas mineiras no porão do rock: 0,0.
Divertidíssimo! Ainda vazio, o porão do rock abriu o palco (agora o principal, o mesmo do Muse) para o show da fusão do Móveis coloniais de acaju com o Thomaz, do autoramas, o Vai Thomaz no Acaju. Naquele momento, tinha certeza que alegria e diversão não faltariam! Eram dois palcos principais, um ao lado do outro e após o término de uma apresentação, em menos de cinco minutos a seguinte tinha início. Após o Vai Thomaz no Acaju, entrou o Canastra (que agora conta com as baquetas do Rodrigo Barba, ex Los Hermanos) puxando todo mundo para sair no sapateado. Isso mesmo, um rockabilly divertido e muito dançante e descontraido, acompanhado dos gritos do público que já conhecia as canções da banda. Me surpreendeu bastante ( já tenho os albúns dos caras!) O final do show foi, como diria meus avós, chocante!

Tenho pouco para comentar sobre a banda Sapatos bicolores, que se apresentou após. Mas depois de uma esfriada, veio outra novidade: A banda francesa Papier Tigre, que depois do Muse, com certeza foi a grande atração da noite. As pessoas se chocaram com a única banda que mostrou um rock experimental, diferente, praticamente sem rótulos. Uma baterista, um vocalista e sua rickbaker e um lunático guitarrista e sua caixa de bateria na frente, emitindo algo que me lembrou bastante Fugazzi. Impressionante!E o legal que papiamos com eles mais tarde, durante o show da Lucy and the popsonics.. Ainda fazendo a ponte internacional, os argentinos do The Tandorris fizeram o típico rock seco e cru. Foi legal, mas o som não estava muito bem regulado e acabou ficando insosso. Depois conversamos com os caras também, sobre futebol, mulheres e rock. Eles ficaram contentes em saber de Coisinha, que o Messi seria melhor que Ronaldinho...
Thomaz novamente ao palco. Desta vez pelo Autoramas. Eu achei ele super engraçado. São velhos de guerra na cena alternativa, fizeram um bom show. Já estava lotado, já estavamos bem animados com as cervejas e a expectativa para o Muse começava a circular pelos ares.
O pessoal começou a marcar lugar, a se locomoverem menos. Então decidimos ir ao banheiro uma última vez, para assistirmos bem de perto Matt cia. Infelizmente nada posso falar do Mundo livre S/A. O supergalo passou liso e a Pitty, teve o show mais longo da sua história (pelo menos para os fãs d0 Muse). Agora eles, merecem um capítulo especial!

Bom, foi bom demais.

Estou ainda em choque, cansado, com sono e muito, muito satisfeito. O porão do rock não foi apenas um festival para mim. Foi o primeiro evento fora de Minas que fui levando minha irmã sob minha responsabilidade. Foi o primeiro grande festival de música independente que presenciei. Foi o primeiro show do Muse que vivi. AH, também foi a primeira vez que andei de avião. A viagem foi estranha, com direito ao Coisinha (grande amigo meu) decidir que iria faltando meia hora para o ônibus rumo a Brasilia sair de Belo Horizonte! Mas deu tudo certo! Tenho muitas histórias de lá e aos poucos (assim que baixar as fotos para minha máquina) contarei aqui no blog! Uma delas foi a estranheza que senti em questão à lotação do evento. Diferentemente do que imaginei, demorou muito (praticamente dois shows antes do Muse) a encher e de uma hora para outra, de um lugar onde se andava de um palco para outro tranquilamente pulando e dançando, passamos a ficar imóveis, sem conseguir nem levantar os dedos, aliás, depois dos primeiros acordes do Muse, a multidão te movimentava, como um boneco fantoche!

Foto retirada do site Porão do Rock