Doravante


Escrevo-te de outra vida, pois estou morto de desgosto.

O papel é de matéria extraterrena, pois não existem mais árvores.

O papel está colado na parede, em branco, para uma emergência.

Escrevo-te com as pontas dos dedos, como se tocasse piano.

Cada letra é uma nota silenciosa, as suas junções são campos harmônicos.

Decidem o bem querer, a desilusão e a distância feliz.


Não existo mais. O que vê é a sombra do que sempre quis e nunca acreditou.

A felicidade é o que você não entende.

Escrevo-te imóvel, pois o frio de meu peito, congelou o resto de meu corpo.

Cabisbaixos, meus olhos pingam pelo que é cinza.

Não mais respiro, pois só sentia o odor de sua alegria.

A poeira esverdeada sobe em minhas narinas como formigas se protegendo da chuva.


Nada mais tenho. O que acha em minha antiga morada, deve ser comido pelas traças.

Se lhe perguntarem quem eu fui, diga que não me conheceu, pois esta é a verdade.

Não chore agora, causam náuseas em passeios gramáticos.

A democracia é virtual, só ela agora, consegue fazer-te ouvidos.

Pense bem em querer remeter essas linhas, pois as respostas que deseja estão nas suas.


Tenha paciência para repertir este contato, irá fazei-lo pelo resto da vida.

Só cresceu o que plantaram em você, nunca mordidas revigorantes lhe antenaram.

Escrevo-te mais uma vez, da morte, porque agora sei o que acontece.

Não procure sossego em um palheiro.

E não pense que não irá olhar em minhas retinas. Porque você não percebe minha morte.

Escrevo-te quase implodindo de constança, porque agora conheço o valor de uma tempestade.



Escambos

Certeiro. Palavra para definir a segunda edição do festival Escambo de experiências musicais realizado neste fim de semana pelo Fórceps. As atividades iniciadas no sábado (20) foram produtivas e eficazes. A oficina de DJ e rima com o Rap Renegado e a exibição de cinema no chafariz mostraram as outras faces do Fórceps, que se estendem além da música. O encontro dos coletivos mineiros teve excelente quórum e foi direto: deste encontro saiu o grupo que pretende representar os coletivos dentro do fórum mineiro da música. Uberlândia (Goma), Montes Claros(Retomada), Divinópolis (Anti héroi), Vespaziano(coletivo em formação), Belo Horizonte( Pegada, Outro Rock) Sabará (Fórceps) e outros, mostraram que a força independente do interior de Minas começa a ganhar mais espaço e reconhecimento.
Encontro dos coletivos
Depois de quase quatro horas de debates, a noite foi da festa Eescambau, no bar independente A obra, em BH, com a discotecagem dos irmãos Léo e Marcelo Santiago, cabeças ativas do Fórceps. Com a casa cheia, a festa foi animada e coerente com a proposta lançada pelo Escambo. Os integrantes dos coletivos puderam trocar mais informações e idéias. Coletivo Goma (Uberlândia) na Obra
No domingo a tarde, o coreto da praça foi exclusivo para os shows. Cada coletivo foi representado por uma banda. A primeira a subir no coreto, os Manolo´s Funk, mostraram aos transeuntes que a tarde seria de muito rock de qualidade. A banda de Vespaziano, foi animada e dançante. Manolo´s Funk
Logo após veio o trio de Divinópolis, Aura. Pesado e melódico. Uma dinâmica execução inteligente. Aura
A tarde estava chuvosa, e os pingos começaram a cair ao som do Furo, banda de Montes Claros, representante do coletivo Retomada. Bem ao estilo pós Los Hermanos, a banda teve um show crescente com um final marcante. A performance do vocalista e guitarrista Lobão foi séria e provou aos ouvintes que vocais suaves podem ser fortes (os vocais rasgados da última canção demonstrou um grande domínio do vocalista!). Furo
A cortesia local ficou pela novata e já experiente 4, que prendeu o público aos cantos cobertos da praça. As belas canções reforçaram mais uma vez a música instrumental perante o público pouco a costumado com o estilo. 4
A chuva dá uma brecha, a noite cai e o Escambo muda de cara. Sobe ao palco o Rapper Renegado. Sem voz e com uma presença de altíssimo astral, (o momento mais cheio do festival) ele uniu diferentes tribos ao coro "mil grau" e mostrou a importância dos movimentos independentes e de suas articulações. Renegado
O Escambo se despediu em 2008, com Ricardo Koctus (Pato Fu) e sua banda. Sua presença mostrou a cidade a relevância do Fórceps e o reconhecimento do coletivo no cenário nacional. Público no Escambo
Exposição de camisas da Thaís Guedes

Foi um fim de semana muito rico. Novas amizades, novos contatos e uma dose revigorante de animo para os coletivos que com incentivos de líderes como Kuru e Makeli Ka, voltarão à sua rotina com a certeza que seus esforços estão sendo reconhecidos.

Finalização do Grafite do Gui

O poste, a árvore e o cabelo de novo

Este é o jeito legal!

O poste, a árvore e o cabelo

Pela primeira vez, ele deixa o cabelo grande. Eu digo que estou achando incrível!
Ao meu sempre amigo, companheiro cabeludo e melhor guitarrista da humanidade (putz!!!)

Cidadela glamour

Ninguém a vê mais assim. Nem merece ser vista assim. Mas sua alma é assim.

metade de um


Um dia ela saiu da barriga da mãe. Um dia ela começou a prestar a atenção no que o seu irmão ouve. Um dia seu irmão começou prestar sua atenção para a vida dela. A metade de um é o dobro. E as meias das palavras bastam para o olfato dos que amam.

Uma imagem

Estive em desatino para postar-me.
Cada dia que passa um letra em um bar, faz sentido maior.
O que me convem é uma imagem.
Ela não possui representação imponente, uma similar sinestesia.
Fiasco seria um a tentativa de improviso para esta cena.
Então por falta de haveres, coloco-a.
Estás diante de vossos olhos.
Tem cores, cheiros, espamos e calor.
Agora sim, um dia esta poderá ser substituida.

atualizações

Feitas atualizações vãs no mundo ao meus olhos

Saudades a la Cuba

Ela me cobra. Mas é a vida! Mora longe demais.
Êita Fidel que não arreda sua ilha para que ela atravesse pulando!
Mora bem pertinho também. Dentro de mim!

bate volta

Muda
Acorda
Escuta
Anda
Moto
Feira
Música
Sensorial
Caminha
Seca
Derrete
Dorme
Fusca
Banho
Fotos
Reencontra
Conversa
Dança
Sofá
Sono
Fim do final de semana

É parecido

Viver é como praticar boulder. Precisa da força, da mente e da alma. Sobe, mas nem sempre o objetivo é alcançar o cume. Necessita de calma com o corpo, calma com a alma. Viver carece de estar agarrado, firme e seguro.

Feliz.

É engraçado como as relações mudam e nos tornam mais saudáveis e abertos à novas situações, novas pessoas e novos sentimentos.
Incrível como é possível sentir o coração palpitar, e não pensar na pessoa por um tempo. Sem cobranças, sem desespero. E essa é a melhor parte.
Nunca estive tão feliz em toda minha vida.
E tenho dito.

eu, o gosto e todo o resto

Eu gosto de trailers.
É como uma nova obra, um reflexo por de trás da luz. Se mal feito, o filme perde sentido antes da hora, se bem feito o filme ganho atributos fora da cena.

Eu gosto de liberdade. O tempo todo. Nada mais me convém senão meus passos.

Gosto de mudar. Mudar de rosto, de cabelo, minhas expressões, meus sorrisos, meus pulos, minhas danças. Mas que tudo mude por si só. Natural, pois assim, me sinto representado pelo meu corpo.

Gosto mais do que deveria de músicas. Gosto de ouvi-las através da alma, dos cheiros, dos sabores, das cores dos toques e das texturas.

Passo uma manhã com trailers, pela liberdade e vontade de mudar pela não mudança. Gosto de fazer filmes, de criar, de escrever e principalmente de pensar.

Gosto de passar a maior parte do mundo rindo e feliz.
Gosto de transmitir segurança e confiança. Gosto de ser confiável.
Gosto de simplicidade. Gostaria de ser mais simples. Gostaria de voar.

Sair por ai sempre que preciso, sem precisar de aguardar o relógio.
Gosto de passar tempo com minha familia, com meus amores. Gosto de amar o tempo todo.

Gosto do som dos pássaros e dos finais de semana. Gosto de fotografias. São minha vida. Guardam coisas do jeitinho único e especial. Sem nada poder alterá-las ou ferí-las por raiva ou por desprezo. Não conseguem machucar as fotografias.

Não gosto de machucar nada nem ninguém.
Eu gosto de acreditar. Gosto de me empolgar com tudo.
Gosto te ter esperança e de desacreditar no real.
Gosto de pensar em campos, amores e sossego.
Eu gosto de filmes.

Desarborização

Como previsto pelos bafafás e tititis, enfim se concretizou a vontade paulistana (insana?) de findar meu recanto "workante" (nova palavra absorvida de uma fada das palavras). Depois de três anos bem dedicados, enfim estou assim, parado, calado, esperando novos rumos (bons ou ruins?). O fato é que em alguns aspectos, arrastava-me, ora pela leveza do ambiente, ora pela insensatez administrativa (capitalismo exacerbado?), desejando um fim para este ciclo. Talvez este seja o início do fim. É dia primeiro. Se as pessoas costumam arredondar quaisquer nota para a vida simplificar (perder sentido?) este é mais um bom momento (bem ajustado).