Recomendo nº6

Ah.. "Se eu pudesse parar a saudade, como se para um ônibus... "

Esta idéia ainda irá marcar musicotecas onde brilha a sensibilidade brasileira, o quentinho mineiro e a suavidade da voz, encontrada em corajosos menestréis e trovadores.

Porque agente se gosta é o nome do disco recém lançado deste rapaz chamado Marcelo Rocha, de Governador Valadares. Suas canções são inteligentes, simples e com uma das características mais importantes em meu pensamento na música: A sensibilidade lúcida envolto a uma originalidade bela.

Posso confirmar ainda o tamanho de tudo isso, porque tive a honra de conhece-lo dias atrás e reconhecer seu talento de compositor e porta-voz da sutilidade musical, exigida pelas cabeceiras dos que amam sem medo. Além de ser uma pessoa com a rara capacidade de tornar um encontro em uma grande amizade!

Sobre o Marcelo e o disco, estão no seu blog, as informações, os contatos e um pouco mais de sua arte, que inclui escritos e poesias. Alguém capaz de fazer de um nome lindo, uma grande declaração, merece atenção e carinho dos bons ouvintes, poetas e populares, ricos de vivacidade!

web Tv Fórceps

Depois de muitos tentativas e produções de vídeo, quase todas no anonimato, eis que está disponível um deles. Posso dizer que é a minha estréia pública. Confesso ter sido um tanto divertido aprender vasculhando cada beirola dos programas de edição e ainda executar os poucos macetes jornalísticos que aprendi na faculdade de comunicação.
O trabalho foi desenvolvido para o coletivo que faço parte, o fórceps, onde se encontra a primeira edição da "web tv Fórceps" (também disponível no youtube). Assino todo o vídeo, desde a captação de imagens com a fiel escudeira câmerazinha de estimação, à edição e produção. Espero que gostem. Se não gostarem compreenderei perfeitamente, afinal, uso fraudas ainda neste ramo!

insólido

É justo sim, pensar não ter ninguém. Pensar que tristes são os pensamentos envoltos.
E isso ter de doer.
Afinal, tem gente com fome agora.
Claro, porque não chorar de amor. Agora pessoas não respiram. Vegetam.
O que quer dizer amor? Ou melhor, o que é ser feliz? Se tem crianças sós.
É mais do que justo, já que estou aqui agora, escrevendo com as duas mãos.
Compartilhar este sofrimento com aqueles que, quando levantam e conseguem andar por alguns minutos, explodem a maior alegria de tantos anos tragados.
Se é que pode-se dizer que isto equivale.
Não. É muito mais do que justo. Amar. Não é mais do que ser feliz. Sofra mesmo do amor.
Ele não tem olhos azuis, cabelos sedosos, nem pele macia. Ele não aparece quando você o deseja.
E se és um pouco digno da feiura do amor, sinta até doer de bom.
Porque está em desvantagem com a verdadeira dor. E não vira sua cara quando passar diante da injustiça deste país. Ah! E em alguns poucos e raros momentos, como de praxe profetiza, aproveite a alegria que este amor vai te dar.

março 2009


Está próximo. Talvez o show mais importante para todo ser humano, porém só alguns sabem disso. Eu sei.


Será que em meio aos eternos boatos circulantes da juventude ao amadurecimento do Tom surge agora o fato?


Estarei lá. Onde for.

tempos e palavras

Sobram palavras, leituras e releituras para um projeto de conclusão de um curso. Não dá tempo delas chegarem ao fundo do mar.
Os nortes de uma valsa, são os horizontes da minha vontade.

Cordéis de ônibus nº 1

Começo o dia ao meio dia, quando saio de Sabará rumo ao trabalho. Ao pegar o segundo ônibus na tupinambás, acocheguei-me como de costume em um assento quase no final do 2101. Quase ninguém me vê, fico ali, invisível para os passageiros e os de passagem nas ruas. Retirei uma revista Bravo!, edição de novembro e comecei a me inteirar mais sobre a vida do Woody Allen.

O ônibus estava vazio, logo, penso que as pessoas prefeririam se isolar nas janelas, sem ninguém de pernas abertas invadindo o limite dos bancos. Sempre foi assim. Neste dia foi diferente. Aquele senhora de roxo, rechonchuda, de pernas de fora, ficou tão em dúvida de qual lado sentar, que conseguiu achar meu banco secreto. Encostou bem as pernas em mim, começou a olhar para janela sem piscar e a fungar o nariz sem parar.
Normalmente acho que o pior nariz do mundo é o meu. Tantas alergias e as mudanças de tempo. Me convenci do contrário. Aquel fungueira era disparada a campeã universal. Minha leitura, tão suave, começou a ficar lenta. Ela era loira, aparentava ter uns 58 anos mas pensava se passar com 32.
Saculejo do busão, fungueiras. Mas me mantive fiel. Continuei concentrado em minha leitura. Mas parecia que ela precivava ignorar minha opção silenciosa e começou a resmungar sobre o trânsito lento (será que ela nunca pegou ônibus no centro?). Não bastasse a falácia em auto tom (já desistira de ler) a pessoa, em total desafeto e desistímulo à um jovem calado, olhou bem nos meus cabisbaixos olhos e disse: "Olha para você ver, preciso estar lá as 13:30... Olha isso... Eu mereço." Não eu mereço, porque eu tenho que olhar? Para onde ela quer que olho? Porque ela precisa colocar kilos de maquiagem bem de baixo do meu queixo? Será que faz coleção de cores dos olhos? Porque eu não posso aproveitar a única vantagem de se passar 4h por dia dentro dos ônibus?
Sempre sou cordial, mas com tanta inconveniência, quando aquele roxão ofuscante, de loiros grisalhos cabelos levantou, comecei a achar graça. Pensei que poderia ser umas das personagens desastradas, engraçadas, melancólicas e irreverentes do Woody se interagindo ao ar livre, em pleno cenário mais comum de Belo Horizonte.
fotografia retirada do site http://www.osvigaristas.com.br/

festa à fórceps


No último sábado dia 08/11 conforme divulgado, o coletivo Fórceps fez a festa. Uma festa à fórceps, com todos os seus instintos e propiciações. Às 22h, iniciou a apresentação inédita do 4 instrumental na Obra. Com alguns problemas técnicos o grupo se mostrou extremamente maduro ao lidar com as situações e conseguir fazer um bom show, atingindo um novo público, atencioso às músicas expressivas do quarteto sabarense.

Na seleção musical mecânica do dia, os integrantes do fórceps, Léo e Cacau, comandaram a festa sem perder para os grandes agitadores da cena; Conseguiram atuar como um bom link entre as bandas e manter o clima do público vibrado, dançante e agitado o tempo inteiro. E ainda contamos com a participação do Alf, grande parceiro do Fórceps.

Em seguida, a banda Junkie Dogs entrou em cena com um show intrigante. As canções da banda são concisas e marcantes, mostrando porque é uma banda belorizontina que tem atraido cada vez mais adeptos.
Mas o grande acerto da Festa à Fórceps foi a visita dos paulistas do Visitantes. A banda surpreendeu com carisma no palco, mostrando um som pós mutantes, moderno, divertido e com variações de muita qualidade. Os caras são muito "gente fina" e o baixista ainda é a cara do Caco Ciocler! Foi um dos melhores shows que presenciei na Obra e um contato muito importante. Eles integram o coletivo paulista Escárnio e osso e por acreditarem no sistema no qual o Fórceps vem trabalhando, vieram conhecer BH e mostrar que é uma banda que merece destaque na cena independente nacional. (Um abraço especial para o Cardelli, o Tica, o CIocler e o cara da guitarra gente fina que esqueci o nome! Aguardamos uma nova visita dos visitantes!)

No decorrer da festa, tentei com minha câmera juntar material para a primeira edição da web tv do fórceps (possívelmente) com entrevistas e intervenções das bandas. Futuramente saberão o destino deste material. Depois de muito trabalho e muita festa, o cansaço me abateu e fui tirar um merecido cochilo no carro (e só acordei na porta de casa!) E teve uma mocinha legal que conheci também, talvez nos esbarramos na vida de novo.

Recomendo nº5



Re.comendo. Em circunstâncias espalhadas, sempre será uma das melhores recomendações. Depois de ser algo "marco da música", o show agora é só dele. Ele era o show (a parte, o hurtmold), Marcelo Camelo, de tantos outros nomes e adjetivos, gritados pela "enlouquecida" troupe de seguidores das sutis esperanças brotadas pelo homem capaz de inverter (novamente) expectativas voltadas para um violão. Uma pena ter ficado tão longe. Há muito tempo não vejo um espetáculo de tão longe (percebe-se nas fotografias).

As pessoas quase não prestaram atenção na beleza e na calmaria presente no clima vivido por Marcelo. A briga por quem conseguia cantar o maior número de trechos das novas músicas, por fim estava um saco. Desconsiderado devido ao grande show. Feliz, calmo e lindamente vivendo um instinto. Aquele que como em suas próprias palavras, jamais pode ser sentido por quem não estava presente em carne e osso, naquele espaço (palácio das artes) e hora (noite de quarta feira).

A participação do grupo Hurtmold foi delirante (o guitarrista é engraçadíssimo!)! E o mais emocionante foi o dinamismo do repertório, que após cumprido pela lógica, seguiu apenas a vontade de Camelo de não ser redundante em todas as noites e tocar o que fosse condizente com o momento. Até mesmo tocar uma canção jamais executada e público por ele apenas com violão (É de lágrima), o fim, sinceramente, perfeito.
Mais uma quarta das boas! Miri, amiga, blogueira e companheira sempre uma das poucas dispostas ao mundo rotativo, foi a companhia, como anda sendo normalmente nas boas coisas pra fazer da vida! Sua narração pode ser mais ampla e delicada, além de que, compartilho dos mesmos sentimentos por ela expostos (inclusive a visão literal!). Recomendo o show do Camelo, recomendo o seu disco SOU e para os mais musicais, de quebra, Hurtmold!

Recomendo nº4

tttstststs.chiiiii..pááá...... Estes são as palavras... Podem ser significativas.... Podem ser um dos mil sons emitidos pela junção dos corpos barbatuques. Das primeiras vezes que ouvi anos atrás, encantei pelo fato de não mais me sentir só no mundo. A mania de batucar no corpo e fazer peças enormes no banho já descabelaram minha mãe e até arrancaram aplausos dos vizinhos.

Enfim, descubro que aquilo era normal. E bom. Melhor do que eu podia fazer entre meus graves-agudos. Um espetáculo que merecia ser visto. Então surgiu a oportunidade, em plena quarta feira. O mundo que pare. E só, sentado na primeira fila, pude sentir cada palma. Nem mesmo a amplitude sonora pode me ajudar a descrever a leveza deste show. Convenceu, não a mim, que só preciva deste momento. Mas várias pessoas que estavam ali, pelo costume de seguir as agendas culturais que dão estatus pseudo-intelectual. A sinergia esteve o tempo todo entre nós das palmas e eles da alma.

pelo o Que

Escrever-te é tirar da sua mente minhas palavras.
É tirar qualquer hipótese linguística de seu pensamento.
É evitar que compreenda algo além do ser. Ser é viver.