um bar na virada



GAIM. Foi o nome usado por cerca de 40 artistas mineiros de diferentes áreas, que saíram da frente do Palácio das artes rumo à Virada Cultural. A Galeria de Arte Itinerante Mineira chegou por volta das 11h no quarteirão fechado destinado à exposição mineira, na Rua Barão de Itapetininga com a Rua Dom José de Barros, em pleno centro de SP. Eu fui com a responsabilidade de representar o coletivo Fórceps além de integrar a GAIM, com dois vídeos. Começamos a montar a exposição e logo o quarteirão estava repleto de telas, poesias, grafites e outras variedades de desenhos. Um mar de tampinhas coloridas invadiu uma esquina e bonecos de papel chamaram a atenção dos passantes, que se mostraram intrigados com o evento e a movimentação, antecedente ao horário marcado para o início da Virada.
Assim que testamos o telão e os vídeos, tive que sair com mais dois amigos, Salgado e Ana, pois tínhamos planejado comprar um teclado para Salgado e visitar o pai da Ana. O mal planejamento do nosso trio e a falta de noção de distância e tempo, prejudicou muito nossa virada. Perdemos o início do evento e chegamos tarde demais para o auge da GAIM. Mas logo ficamos sabendo do sucesso da exposição que acabou tomada por expectadores, que interagiram com as obras que ficariam em SP. As demais obras e os equipamentos foram recolhidos e guardados em um quarto hotel, alugado por duas artistas.

Aliás, as únicas, pois o restante da trupe, não tinha onde ficar, um erro cometido pelo trio. Gramados, salas de cinema e bancos de praça foram cama para os mineiros que conseguiram tirar uma pequena cochilada. Nós arriscamos mais uma viagem para a cidade vizinha de Ribeirão Pires, para dormir duas horas.

Nosso primeiro plano foi assistir ao Marcelo Camelo às 00h. Estava absurdamente lotado e quase se iniciou uma confusão generalizada. O empurra – empurra, deixou muitas pessoas passando mal, enquanto outras passavam a mão na carteira alheia. Tive que mendigar pela devolução da minha, que foi atira da ao chão. Resultado: Ouvimos no máximo três músicas do ex hermano.

Depois do sufoco, uma cerveja e a procura por um lugar tranqüilo, situação quase impossível, pois todas as ruas estavam abarrotadas de gente. Encontramos o palco de piano, único lugar que possuía cadeiras e sossego. Depois de algum tempo, fomos ao palco instrumental, para ver o incrível show do Macaco Bong (MT), banda do Circuito Fora do Eixo que em minha opinião, foi o melhor show da virada. Com direito a ovação da platéia e mergulho dos integrantes por cima da multidão. Perdemos o amanhecer e as bandas que começaram o domingo, pois o cansaço nos dominou.

Vários encontros entre os perdidos e encontrados da GAIM e vários shows picados. Nação Zumbi e Zeca Baleiro, intervenções, mulheres que voavam em meio ao povo e enfim, chegamos à frente do palco principal com certa folga para assistir aos Novos Baianos. Após uma hora e meia de espera, sobe ao palco um dos mais clássicos grupos da história nacional. O show atendeu todas as expectativas. Baby, Pepeu e Morais Moreira deram um show de desempenho e poesia. Muita emoção por parte dos integrantes da banda e também dos fãs, principalmente no momento em que relembraram do sucesso do disco Acabou Chorare, considerado o melhor disco de música brasileira de todos os tempos (e diga-se, em todos os aspectos). Não pude ver muito bem, pois gigantes tampavam a frente e havia poucos pontos cegos.


Depois desta maratona trash, encontramo-nos na Catedral da Sé para voltarmos para Belo Horizonte. Um breve inicio do filme The Song Remains The Same, do Led Zeppelin no ônibus e em pouquíssimo tempo todos estavam dormindo. Sem dúvidas um evento para voltar sempre, porém de lição (e conselho) fica a necessidade de arranjar um lugar para dormir, tomar banho, escovar os dentes...


2 comentários:

Roginho disse...

Eu fui no ano passado, quando morava aí! E essa estadia sua foi hippie demais, huauha!

monica delázari disse...

Pois é..tirando o fato das carteiras deve ser uma experiência super bakana mesmo*eu li aqui ontem mas minha net tava uma "coisa" aqui e não consegui comentar*rs/ poxa, pegou o show do zeca pelas metades?sou doida pra ir num show dele*quer dizer que viu alguns pedaços de shows interessantes..e sem falar nos novos baianos..pelo visto apesar da estadia hippie valew d+ hein?!abrçs*cultura!cultura!o mundo precisa aprender respirar+cultura!