Fins e começos (recomeços?)

Agora, aquela internet rápida é coisa do passado. Pelo menos para mim. As postagens serão mais intensas e menos frequentes. Até resolver para onde vou. Estou de mudanças, diga-se, ao pé da letra. O mundo é o caminho. Mas não deixarei assim, sem pistas...Não seria tão fácil se livrar de uma pessoa tão intensa como eu. Ainda respiro as maresias deste mar.
Bom, então, nos encontramos do outro lado do ano que vai saindo. Muitas coisas, mais intensas para 2009. Estou livre, como tanto quis. Agora só basta o vento soprar, que eu posso voar.

Prévias (grito rock parte 2)

Só para constar: Já sairam os resultados e a banda HCR foi a vencedora da prévia com 35% dos votos, seguida de pertinho pela Permuta que ficou com 29%.

As prévias (grito Rock Sabará)


Tudo começou assim. Um vazio, muito trabalho e muitas coisas pendentes. Era cedo e uma longa tabelinha de tarefas ainda teria de ser cumprida.
A prévia do Grito rock 2009 realizada no último Sábado pelo Fórceps em Sabará foi a primeira no Brasil. Foram três bandas convidadas e seis bandas disputando uma vaga no maior evento de música integrada da América Latina.

Hold Your Breath (BH)
A primeira a se apresentar foi a sabarense Sapotchen que tocou um repertório power pop com guitarras pesadas e fortes. Eles foram os únicos que estavam disputando a prévia que tocaram antes das convidadas, devido à problemas de trabalho. Em seguida a estonteante Hold your breath surpreendeu com um som totalmente novo para o público. Uma mistura de metal com hardcore e progressivo, recheado de ambiências e climas intensos, coloridos pelo marcante vocal. Depois tocou as outras convidadas Aldan e RAM, que mostraram consciência e firmeza em seus maduros repertórios. Aldan fazendo um rock animado e dançante e RAM um legítimo som setentista.


RAM (BH)

Começou então a sequência final entre as concorrentes. Dona Zilda que tocou uma variação pop em perfeita sincronia, seguida da banda Permuta, que tirou o público do chão com o pop rock inspirado em Cazuza e nos clássicos nacionais dos anos 80. Depois vieram os caçulas do dia, a Rayban e Allstars que mesmo com a falta de experiência, se saiu bem e convenceu o público do seu futuro promissor.

Rayban e allstars


As duas últimas bandas da prévia são velhas conhecidas sabarenses. A música 100% autoral do HCR que cativou desde sua primeira apresentação em Sabará, mostrou que a atitude verdadeira é extremamente relevante quando se trata de músicas de protesto, que falam de cotidiano e suas dificuldades. Para finalizar a noite, veio o punk tradicional do Maverick com o destaque para a excelente performance vocal do Cunha.

Os resultados da prévia serão divulgados ainda esta semana no blog do fórceps . Serão realizadas em 2009 as prévias integradas em parceria com os coletivos Pegada, Anti herói e Azimute. A promessa de novas e boas bandas em 2009 aumenta ainda mais o tamanho do Grito Rock, que está cada vez mais conhecido e procurado pelo público mineiro. Que venha o carnaval dos roqueiros!

HCR

carta de alguma coisa

Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2008.

Queridos e queridonas,


É com muita alegria, um tanto de confusão, misturado com ansiedades e adrenalinas, que termino o ano de 2008 com um novo mundo adiante. Durante quatro anos, minha vida circulou na órbita universitária, na qual organizei meu tempo, minhas tarefas, minhas vontades e meus momentos em função do resultado que isto me daria no fim. Até mesmo o meu trabalho está estritamente ligado ao relacionamento que criei através das possibilidades abertas pela faculdade. Há três anos no mínimo que dedico outra grande parte do meu tempo a trabalhar pela melhoria dos setores pelo qual passei dentro da Newton Paiva.

Pois bem, eis me aqui, com o título de Comunicólogo, especialista em Relações Públicas, apto a entender, perceber, diagnosticar e trabalhar todo processo que envolve o simples comunicar do mais complexo caso: Pessoas. Foi preciso tanto esforço, dedicação, envolvimento e muito stress para perceber que cada um de nós tem um eu. A sua digital, única, inigualável e insubstituível forma de ser.

Seria necessário muito mais que quatro anos para ser especialista em cada um dos Belmiros, que há tanto tempo (no mínimo uns 18 anos) estão me acompanhando. Quando falo em amigos de infância, poucos sabem do que estou falando. Somos capazes de ser irmãos, boêmios e até mesmo formar uma banda de rock! Quem diria... Só neste ramo já tenho uma boa carga... Éramos adolescentes... Hoje somos inquietos musicais, procurando vaga neste universo, ainda sim, que continuem achando que somos uma bandinha de adolescentes.

Comparo todo nosso ciclo com base na janela do Kastanha, nem dávamos alcance quando já questionávamos os valores do mundo. Hoje, assistimos à rua, a praça, o fórum com um olhar já saudoso das nossas paqueras envolto todo aquele ambiente, seja nos carnavais, nas barraquinhas da cidade ou nos fins de semana clássicos.

Depois da nossa eterna infância, vieram os amigos, “roqueiros, malucos, doidões”, inseparáveis de cada dia, moças e moços de todo canto deste país que me influenciaram e ganharam todo meu respeito e amizade. Cada silêncio, cada escândalo, cada dança maluca, cada sincronia atômica de suas expressões arrancam sorrisos meus! Ser feliz é isso. Ter vocês, ser entendido e compreender a loucura! Porque vale nossos minutos.

Família. Só esta palavra, sempre tão comovente e emocionante para mim. Achei que meu apego por eles era fora do comum. Pode ser. Hoje encaro de outra forma. Sou talvez um neto, um filho, um sobrinho, um primo, um irmão irresponsável, ausente, relapso. Peço a todos, minhas sinceras desculpas. É a melhor família que poderia ter. Nunca quis mais do que cada um pode me dar de ensinamento, companheirismo, carinho e afeto. Sem estes pilares, sem dúvida não passaria por esta etapa nem nenhuma das que pretendem vir ao meu encontro.

Sempre quis saber como seria ter um diário. Interessante escrever como foram todos os meus dias, assim eles seriam palpáveis e ganharia de minha memória. Então virei dono do bar, no fundo do mar. Na conotação atual, o meu diário, de onde vieram pessoas novas que partilham do cotidiano, mesmo surrealmente virtual. Parece estranho, mas são os leitores deste blog os que passam mais perto do que está aqui, dentro do João de carne e osso.

Consegui nestes quatro anos aumentar ainda mais meu ciclo de amizades. Amizades verdadeiras, sinceras e deliciosas, capazes de me mover, de me parar, de fazer com que eu dance comigo mesmo, que eu viaje e faça loucuras. Que bom! Sei que não estou desperdiçando minha singela juventude.

Bom, este longo texto foi escrito para justificar minha alegria e minha boca cheia, sempre que falo de todos vocês. Impossível dizer de um por um. Talvez escreva para cada um. Um dia. Família, amigos de moleque, amigos da vida, do Brasil, do cursinho, da faculdade, do trabalho, da internet, de sempre. Obrigado por tudo. Pelos poucos segundos em que olhei para vocês e senti a verdade, a sinceridade e o carinho real por mim. Foi difícil, mas sinto em 2009 uma grande possibilidade de crescimento. As coisas podem acontecer. Farei o possível para afastar qualquer desanimo e fracasso e lutar pela glória de manter intactos estes momentos através da alegria de viver e fazer do novo e do velho, felicidades.

O Deus que preciso pedir perdão pela ausência e o apelo nas piores horas apenas, está aqui, em cada um destes momentos e em cada uma destas pessoas, que saberão que cada palavra cabe em seus bolsos e em seus botões.

Com muito carinho,

João Rafael Lopes

Memórias de uma banda!

A única que tem João Rafael (depois de um show) e o Bodão do axé
Chicó (antes de um show)

Fofão (antes de um show)

Chicó (em outra função)

Fofão e Dumbão (hora cultural do lanche)

...

O Baixista

...

caras e bocas


Chicó atrás da máquina (outras funções)

Ah..Eu

Chicó (outras funções) ...

...e minha SG



Chicó (só não tem ele tocando o seu instrumento)

Chicó (ele é de todos instrumentos mesmo)

Web tv Fórceps 2ª Edição

Demorou um tempo para postar, mas ai está a cobertura do 53hc fest 2008. Nesta edição conferimos o que rolou no dia de abertura com as entrevistas das bandas inclusive da atração Deadfish.

cartas na manga

Está mais próximo! Radiohead e o Brasil, minhas mãos e o ingresso!

de tempos...em tempos

Afastei-me involuntáriamente nos últimos idos de dezembro.
Não falava mais em msns des.bloqueados.
Não vivi no fundo do mar. Não houve mar.
Os shows que deixei de falar,
Os bares novos, recantos de tanta sobriedade e refresquidão,
Não foram incluidos nos papos deste bar.
Porque?
Acabo de me graduar e a tensão pré banca me impediu qualquer contato,
Exigente de atenção e cuidado.
Agora sim.
Volto. Mais renovado do que imaginava.
Pensei que formaria assim. Certo. Seguro pelos braços da pátria,
Tão solidária com os apavorados,
Meiga com os covardes,
Condizente com os azedumes.
Mas 2009 promete mexer com esqueletos. Não só os meus.
Começo como um graduado comunicólogo,
Desempregado de carteira,
Mas ocupado de serviços fervorosos,
Quais desejo,
Vejo.
Estou aqui!
A música, cada vez mais presente em tudo.
Isso era o que eu sonhava.
De alguma forma.

Da arte e seus esconderijos

Pessoas...Muitas pessoas...
Barulho. Ode ao silêncio.
Irreal, inteligível.
Verdade, coerência e adaptação do eu.
Eles se diferem e se imitam.
O sub, mundo real.
O conservador, falso ser. Inexistente.
Nada é o que o conservador faz parecer ser.
O mundo é da arte.
Cospe nas costas dos ridículos e despreza sua aceitação.

Abrindo portas?


Sim. Resta saber onde elas saem.

aviso (prévio)

Afinal, eu previ e avisei ou o contrário?
É verdade que eu acredito mesmo em mim?
Isso, vou saber agora em diante.
Fim de mais um ciclo. Fim de dois ciclos.
Um criou o outro. E agora eles se vão juntinhos.
Mais alguns dias e volto a ser o João Rafael apenas. Sonhador e intenso. Esperando a felicidade de alguém trombar na minha.

Recomendo nº6

Ah.. "Se eu pudesse parar a saudade, como se para um ônibus... "

Esta idéia ainda irá marcar musicotecas onde brilha a sensibilidade brasileira, o quentinho mineiro e a suavidade da voz, encontrada em corajosos menestréis e trovadores.

Porque agente se gosta é o nome do disco recém lançado deste rapaz chamado Marcelo Rocha, de Governador Valadares. Suas canções são inteligentes, simples e com uma das características mais importantes em meu pensamento na música: A sensibilidade lúcida envolto a uma originalidade bela.

Posso confirmar ainda o tamanho de tudo isso, porque tive a honra de conhece-lo dias atrás e reconhecer seu talento de compositor e porta-voz da sutilidade musical, exigida pelas cabeceiras dos que amam sem medo. Além de ser uma pessoa com a rara capacidade de tornar um encontro em uma grande amizade!

Sobre o Marcelo e o disco, estão no seu blog, as informações, os contatos e um pouco mais de sua arte, que inclui escritos e poesias. Alguém capaz de fazer de um nome lindo, uma grande declaração, merece atenção e carinho dos bons ouvintes, poetas e populares, ricos de vivacidade!

web Tv Fórceps

Depois de muitos tentativas e produções de vídeo, quase todas no anonimato, eis que está disponível um deles. Posso dizer que é a minha estréia pública. Confesso ter sido um tanto divertido aprender vasculhando cada beirola dos programas de edição e ainda executar os poucos macetes jornalísticos que aprendi na faculdade de comunicação.
O trabalho foi desenvolvido para o coletivo que faço parte, o fórceps, onde se encontra a primeira edição da "web tv Fórceps" (também disponível no youtube). Assino todo o vídeo, desde a captação de imagens com a fiel escudeira câmerazinha de estimação, à edição e produção. Espero que gostem. Se não gostarem compreenderei perfeitamente, afinal, uso fraudas ainda neste ramo!

insólido

É justo sim, pensar não ter ninguém. Pensar que tristes são os pensamentos envoltos.
E isso ter de doer.
Afinal, tem gente com fome agora.
Claro, porque não chorar de amor. Agora pessoas não respiram. Vegetam.
O que quer dizer amor? Ou melhor, o que é ser feliz? Se tem crianças sós.
É mais do que justo, já que estou aqui agora, escrevendo com as duas mãos.
Compartilhar este sofrimento com aqueles que, quando levantam e conseguem andar por alguns minutos, explodem a maior alegria de tantos anos tragados.
Se é que pode-se dizer que isto equivale.
Não. É muito mais do que justo. Amar. Não é mais do que ser feliz. Sofra mesmo do amor.
Ele não tem olhos azuis, cabelos sedosos, nem pele macia. Ele não aparece quando você o deseja.
E se és um pouco digno da feiura do amor, sinta até doer de bom.
Porque está em desvantagem com a verdadeira dor. E não vira sua cara quando passar diante da injustiça deste país. Ah! E em alguns poucos e raros momentos, como de praxe profetiza, aproveite a alegria que este amor vai te dar.

março 2009


Está próximo. Talvez o show mais importante para todo ser humano, porém só alguns sabem disso. Eu sei.


Será que em meio aos eternos boatos circulantes da juventude ao amadurecimento do Tom surge agora o fato?


Estarei lá. Onde for.

tempos e palavras

Sobram palavras, leituras e releituras para um projeto de conclusão de um curso. Não dá tempo delas chegarem ao fundo do mar.
Os nortes de uma valsa, são os horizontes da minha vontade.

Cordéis de ônibus nº 1

Começo o dia ao meio dia, quando saio de Sabará rumo ao trabalho. Ao pegar o segundo ônibus na tupinambás, acocheguei-me como de costume em um assento quase no final do 2101. Quase ninguém me vê, fico ali, invisível para os passageiros e os de passagem nas ruas. Retirei uma revista Bravo!, edição de novembro e comecei a me inteirar mais sobre a vida do Woody Allen.

O ônibus estava vazio, logo, penso que as pessoas prefeririam se isolar nas janelas, sem ninguém de pernas abertas invadindo o limite dos bancos. Sempre foi assim. Neste dia foi diferente. Aquele senhora de roxo, rechonchuda, de pernas de fora, ficou tão em dúvida de qual lado sentar, que conseguiu achar meu banco secreto. Encostou bem as pernas em mim, começou a olhar para janela sem piscar e a fungar o nariz sem parar.
Normalmente acho que o pior nariz do mundo é o meu. Tantas alergias e as mudanças de tempo. Me convenci do contrário. Aquel fungueira era disparada a campeã universal. Minha leitura, tão suave, começou a ficar lenta. Ela era loira, aparentava ter uns 58 anos mas pensava se passar com 32.
Saculejo do busão, fungueiras. Mas me mantive fiel. Continuei concentrado em minha leitura. Mas parecia que ela precivava ignorar minha opção silenciosa e começou a resmungar sobre o trânsito lento (será que ela nunca pegou ônibus no centro?). Não bastasse a falácia em auto tom (já desistira de ler) a pessoa, em total desafeto e desistímulo à um jovem calado, olhou bem nos meus cabisbaixos olhos e disse: "Olha para você ver, preciso estar lá as 13:30... Olha isso... Eu mereço." Não eu mereço, porque eu tenho que olhar? Para onde ela quer que olho? Porque ela precisa colocar kilos de maquiagem bem de baixo do meu queixo? Será que faz coleção de cores dos olhos? Porque eu não posso aproveitar a única vantagem de se passar 4h por dia dentro dos ônibus?
Sempre sou cordial, mas com tanta inconveniência, quando aquele roxão ofuscante, de loiros grisalhos cabelos levantou, comecei a achar graça. Pensei que poderia ser umas das personagens desastradas, engraçadas, melancólicas e irreverentes do Woody se interagindo ao ar livre, em pleno cenário mais comum de Belo Horizonte.
fotografia retirada do site http://www.osvigaristas.com.br/

festa à fórceps


No último sábado dia 08/11 conforme divulgado, o coletivo Fórceps fez a festa. Uma festa à fórceps, com todos os seus instintos e propiciações. Às 22h, iniciou a apresentação inédita do 4 instrumental na Obra. Com alguns problemas técnicos o grupo se mostrou extremamente maduro ao lidar com as situações e conseguir fazer um bom show, atingindo um novo público, atencioso às músicas expressivas do quarteto sabarense.

Na seleção musical mecânica do dia, os integrantes do fórceps, Léo e Cacau, comandaram a festa sem perder para os grandes agitadores da cena; Conseguiram atuar como um bom link entre as bandas e manter o clima do público vibrado, dançante e agitado o tempo inteiro. E ainda contamos com a participação do Alf, grande parceiro do Fórceps.

Em seguida, a banda Junkie Dogs entrou em cena com um show intrigante. As canções da banda são concisas e marcantes, mostrando porque é uma banda belorizontina que tem atraido cada vez mais adeptos.
Mas o grande acerto da Festa à Fórceps foi a visita dos paulistas do Visitantes. A banda surpreendeu com carisma no palco, mostrando um som pós mutantes, moderno, divertido e com variações de muita qualidade. Os caras são muito "gente fina" e o baixista ainda é a cara do Caco Ciocler! Foi um dos melhores shows que presenciei na Obra e um contato muito importante. Eles integram o coletivo paulista Escárnio e osso e por acreditarem no sistema no qual o Fórceps vem trabalhando, vieram conhecer BH e mostrar que é uma banda que merece destaque na cena independente nacional. (Um abraço especial para o Cardelli, o Tica, o CIocler e o cara da guitarra gente fina que esqueci o nome! Aguardamos uma nova visita dos visitantes!)

No decorrer da festa, tentei com minha câmera juntar material para a primeira edição da web tv do fórceps (possívelmente) com entrevistas e intervenções das bandas. Futuramente saberão o destino deste material. Depois de muito trabalho e muita festa, o cansaço me abateu e fui tirar um merecido cochilo no carro (e só acordei na porta de casa!) E teve uma mocinha legal que conheci também, talvez nos esbarramos na vida de novo.

Recomendo nº5



Re.comendo. Em circunstâncias espalhadas, sempre será uma das melhores recomendações. Depois de ser algo "marco da música", o show agora é só dele. Ele era o show (a parte, o hurtmold), Marcelo Camelo, de tantos outros nomes e adjetivos, gritados pela "enlouquecida" troupe de seguidores das sutis esperanças brotadas pelo homem capaz de inverter (novamente) expectativas voltadas para um violão. Uma pena ter ficado tão longe. Há muito tempo não vejo um espetáculo de tão longe (percebe-se nas fotografias).

As pessoas quase não prestaram atenção na beleza e na calmaria presente no clima vivido por Marcelo. A briga por quem conseguia cantar o maior número de trechos das novas músicas, por fim estava um saco. Desconsiderado devido ao grande show. Feliz, calmo e lindamente vivendo um instinto. Aquele que como em suas próprias palavras, jamais pode ser sentido por quem não estava presente em carne e osso, naquele espaço (palácio das artes) e hora (noite de quarta feira).

A participação do grupo Hurtmold foi delirante (o guitarrista é engraçadíssimo!)! E o mais emocionante foi o dinamismo do repertório, que após cumprido pela lógica, seguiu apenas a vontade de Camelo de não ser redundante em todas as noites e tocar o que fosse condizente com o momento. Até mesmo tocar uma canção jamais executada e público por ele apenas com violão (É de lágrima), o fim, sinceramente, perfeito.
Mais uma quarta das boas! Miri, amiga, blogueira e companheira sempre uma das poucas dispostas ao mundo rotativo, foi a companhia, como anda sendo normalmente nas boas coisas pra fazer da vida! Sua narração pode ser mais ampla e delicada, além de que, compartilho dos mesmos sentimentos por ela expostos (inclusive a visão literal!). Recomendo o show do Camelo, recomendo o seu disco SOU e para os mais musicais, de quebra, Hurtmold!

Recomendo nº4

tttstststs.chiiiii..pááá...... Estes são as palavras... Podem ser significativas.... Podem ser um dos mil sons emitidos pela junção dos corpos barbatuques. Das primeiras vezes que ouvi anos atrás, encantei pelo fato de não mais me sentir só no mundo. A mania de batucar no corpo e fazer peças enormes no banho já descabelaram minha mãe e até arrancaram aplausos dos vizinhos.

Enfim, descubro que aquilo era normal. E bom. Melhor do que eu podia fazer entre meus graves-agudos. Um espetáculo que merecia ser visto. Então surgiu a oportunidade, em plena quarta feira. O mundo que pare. E só, sentado na primeira fila, pude sentir cada palma. Nem mesmo a amplitude sonora pode me ajudar a descrever a leveza deste show. Convenceu, não a mim, que só preciva deste momento. Mas várias pessoas que estavam ali, pelo costume de seguir as agendas culturais que dão estatus pseudo-intelectual. A sinergia esteve o tempo todo entre nós das palmas e eles da alma.

pelo o Que

Escrever-te é tirar da sua mente minhas palavras.
É tirar qualquer hipótese linguística de seu pensamento.
É evitar que compreenda algo além do ser. Ser é viver.

isto é um assobio?

Não é desta brisa que eu estava falando.
Mas ignorantemente faça o favor de rodopiar.
Isto seria algo sobre leveza.
Mas se tornou algo sobre o calor.
Ou ainda seria algo sobre a leveza?