carta de alguma coisa

Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2008.

Queridos e queridonas,


É com muita alegria, um tanto de confusão, misturado com ansiedades e adrenalinas, que termino o ano de 2008 com um novo mundo adiante. Durante quatro anos, minha vida circulou na órbita universitária, na qual organizei meu tempo, minhas tarefas, minhas vontades e meus momentos em função do resultado que isto me daria no fim. Até mesmo o meu trabalho está estritamente ligado ao relacionamento que criei através das possibilidades abertas pela faculdade. Há três anos no mínimo que dedico outra grande parte do meu tempo a trabalhar pela melhoria dos setores pelo qual passei dentro da Newton Paiva.

Pois bem, eis me aqui, com o título de Comunicólogo, especialista em Relações Públicas, apto a entender, perceber, diagnosticar e trabalhar todo processo que envolve o simples comunicar do mais complexo caso: Pessoas. Foi preciso tanto esforço, dedicação, envolvimento e muito stress para perceber que cada um de nós tem um eu. A sua digital, única, inigualável e insubstituível forma de ser.

Seria necessário muito mais que quatro anos para ser especialista em cada um dos Belmiros, que há tanto tempo (no mínimo uns 18 anos) estão me acompanhando. Quando falo em amigos de infância, poucos sabem do que estou falando. Somos capazes de ser irmãos, boêmios e até mesmo formar uma banda de rock! Quem diria... Só neste ramo já tenho uma boa carga... Éramos adolescentes... Hoje somos inquietos musicais, procurando vaga neste universo, ainda sim, que continuem achando que somos uma bandinha de adolescentes.

Comparo todo nosso ciclo com base na janela do Kastanha, nem dávamos alcance quando já questionávamos os valores do mundo. Hoje, assistimos à rua, a praça, o fórum com um olhar já saudoso das nossas paqueras envolto todo aquele ambiente, seja nos carnavais, nas barraquinhas da cidade ou nos fins de semana clássicos.

Depois da nossa eterna infância, vieram os amigos, “roqueiros, malucos, doidões”, inseparáveis de cada dia, moças e moços de todo canto deste país que me influenciaram e ganharam todo meu respeito e amizade. Cada silêncio, cada escândalo, cada dança maluca, cada sincronia atômica de suas expressões arrancam sorrisos meus! Ser feliz é isso. Ter vocês, ser entendido e compreender a loucura! Porque vale nossos minutos.

Família. Só esta palavra, sempre tão comovente e emocionante para mim. Achei que meu apego por eles era fora do comum. Pode ser. Hoje encaro de outra forma. Sou talvez um neto, um filho, um sobrinho, um primo, um irmão irresponsável, ausente, relapso. Peço a todos, minhas sinceras desculpas. É a melhor família que poderia ter. Nunca quis mais do que cada um pode me dar de ensinamento, companheirismo, carinho e afeto. Sem estes pilares, sem dúvida não passaria por esta etapa nem nenhuma das que pretendem vir ao meu encontro.

Sempre quis saber como seria ter um diário. Interessante escrever como foram todos os meus dias, assim eles seriam palpáveis e ganharia de minha memória. Então virei dono do bar, no fundo do mar. Na conotação atual, o meu diário, de onde vieram pessoas novas que partilham do cotidiano, mesmo surrealmente virtual. Parece estranho, mas são os leitores deste blog os que passam mais perto do que está aqui, dentro do João de carne e osso.

Consegui nestes quatro anos aumentar ainda mais meu ciclo de amizades. Amizades verdadeiras, sinceras e deliciosas, capazes de me mover, de me parar, de fazer com que eu dance comigo mesmo, que eu viaje e faça loucuras. Que bom! Sei que não estou desperdiçando minha singela juventude.

Bom, este longo texto foi escrito para justificar minha alegria e minha boca cheia, sempre que falo de todos vocês. Impossível dizer de um por um. Talvez escreva para cada um. Um dia. Família, amigos de moleque, amigos da vida, do Brasil, do cursinho, da faculdade, do trabalho, da internet, de sempre. Obrigado por tudo. Pelos poucos segundos em que olhei para vocês e senti a verdade, a sinceridade e o carinho real por mim. Foi difícil, mas sinto em 2009 uma grande possibilidade de crescimento. As coisas podem acontecer. Farei o possível para afastar qualquer desanimo e fracasso e lutar pela glória de manter intactos estes momentos através da alegria de viver e fazer do novo e do velho, felicidades.

O Deus que preciso pedir perdão pela ausência e o apelo nas piores horas apenas, está aqui, em cada um destes momentos e em cada uma destas pessoas, que saberão que cada palavra cabe em seus bolsos e em seus botões.

Com muito carinho,

João Rafael Lopes

3 comentários:

Fernanda Fernandes Fontes disse...

Querido João!

Não passamos muito tempo juntos. Aliás, o connheço pessoalmente pouco. Mas por estar sempre aqui há um tempo, me sinto muito próxima de você. E o admiro, sua sensibilidade, seu carinho pelos amigos e companheirismo. Seu amor pelas artes é perceptível e mágico! Que você nunca perca seus dons, este jeito "João Rafael" de ser. Sobre ser um Relações Públicas, acho fantástico (será pq né?! rs...). Sonho em trabalhar com cultura, com arte, e acredito que seja um ponto em comum. Quem sabe a gente não desenvolve algum projeto?

Mas enfim, acho que o recado está dado. Que vc seja sempre muito feliz, que não só 2009 seja maravilhoso, mas tds os longos anos que ainda estão por vir.

Pode ter a certeza que tem uma amiga. E conte sempre comigo. E o mais importante, jamais abandone o fundo do mar...

Um bj de muito carinho!

Anônimo disse...

Sr. Comunicólogo e Músico, muita luz e sorte p/ vc em 2009, me avise dos próximos shows e das próximas novidades!

Anônimo disse...

lindo...simples assim!
tomara que nos 4 anos que passei com vc tenha me contaminado com ao menos um pouquinho desses todos seus dons...escritas, músicas e doideras! hihi

um bj e um abraço apertado!