De tempos em tempos...


O tempo costuma corrigir, atropelar, recuperar, desaparecer, esmaecer, desiludir, encantar, mudar, inovar e principalmente amadurecer. O tempo nos da escolhas e nos escolhe em determinados momentos. O tempo nos da prazos e incertezas. Mas o tempo só age depois de nós. Por isso a dura vingança do tempo...porque ele nunca sairá na frente dos nossos pensamentos...ele pode ser sempre forte, difícil de encarar, mas no fim cai em seu próprio feitiço e nos da a vitória. Saimos inteiros, sugando a própria energia do tempo e de seus poderosos segundos..É assim que costumamos jogar nosso amor dentro do tempo como se fosse um liquidificador constante e esperamos ver sair de dentro para saber se ele será uma bebida inconcebível ou não. Não é fácil saber quem é o verdadeiro inimigo, se é o amor ou se é o tempo. Na verdade nenhum dos dois. Eles sempre andarão juntos, ora se compreende o amor, ora o tempo. Ora compreendo meu maior aliado; o tempo... Mas admito meu reflexo; o amor....

Instabilidade insana mas consciente



Os extremos reamente são idênticos. São opostos. São extremos. Escrever já não é tão fácil. Adorávelmente letras se uniam e se amalgamavam desde o florescer do dia ao cessar da mente. Embora duro seja assumir a novidade, sempre será mais valioso não perder tais sentimentos em meio aos porões da mente e amargurar uma injusta consequência, mas única consequência.
Escrever era fácil, amar era fácil e amar novamente também. Não sei mais até onde pode ir as barreiras do medo e da displicência. Mas o medo pode trazer segurança, a comodidade pode trazer sossego, e a estagnação pode trazer vida serena. Não é esta serenidade que procuro à longa data. Meu manifesto esclarece a confiança e a desilusão se torna um fantasma literário assombrando uma parte que ainda permanece estática.
Se meu mundo ainda está aberto, se ainda posso voar, não ficarei para ver meu sol esmaecer....Mas não vou partir sem antes escorregar e achar o auge do arco íris. Me basta saber que um dia, pra mim, foi fácil escrever, foi fácil amar, para que eu tenha mais uma vez uma serenidade, mas aquela que a cada dia que passou alcancei e cheguei mais perto.

Vai ou não vai???


Transformei trouxas sentimentais ...agora não há dúvidas, seguirei meu caminho...resta saber onde as margens montanhosas que deixarei pra trás, se refletirão novamente à minha face... Caminhar no escuro não leva à saidas mas abre caminho para feixes de luzes tenros onde o novo se revela.
Em estrada de terra não se vê pedras iguais, não se repete idéias, não existe mudanças...Porque sair se a frente encontra sua própria consciência? Onde se encontra as próprias dúvidas?
Escolher...ficar...transpor....partir.....
Felizes foram os dias em que segurei nas pontas de seus dedos, e em segundos finais, enxerguei seus olhos brilharem......

As palavras vivas: Do inglês ao nordestino



Alguém explica porque a curiosidade matou o gato e todos os outros bichos? Os mais afetados por essa "coisa" são os humanos, ou os que pretendem carregar em suas costas o fardo desta espécie.
Hoje recebi em meu serviço, um grupo de professores americanos que vieram conhecer a faculdade para uma futura parceria. Na verdade, quem viu de fora aquelas "criaturas" nada tropicais vagando pelos diversificados e enfeitados laboratórios, se sentiu em um evento sobrenatural, ou em um fenômeno em ação. A única explicação lógica pra esse estardalhaço todo, é a oratória destinta que rapidamente é desassociada a nossa língua oficial. É como entrar num desfile de moda (para ser visto), ou em um zoológico (para ser visto por livre e espontânea pressão)...Cada frase que eles disparavam, era como se um pavão levantasse suas plumas esbeltas e vistosas. Não que eles quizessem mostrar superioridade, até são pessoas simpaticíssimas, mas a falta de contato entre as culturas, sugere esse estranhismo a todos, sem excepção. De alunos a zeladores. Porteiros a professores. Não nego que é uma situação inusitada e divertida. Lembrei de quando escuto e vejo os nordestinos, povo que admiro e que me causa sentimentos semelhantes. A diferença é o charme e a precisão de suas falas. A clareza e o potencial de expor com palavras seus verdadeiros sentimentos. Não é qualquer um que consegue esse feito. Nem mesmo usando diversos artifícios, inclusive o poder da arte. Muito menos apenas com as simples, fáceis e calmas palavras......

Histórias de pescador (ou marinheiro?)


Eu nasci na década errada!! Hoje em qualquer esquina por mais estranha que seja, se escuta essa frase para divergentes gostos e contextos. Mas quem imaginava que as coisas que se tranformaram em história, ficariam em constante processo de banalização e ridicularização, se assusta ao ver cores e "timbres" dos anos vinte serem sinônimo de sofisticação, roupas estilizadas misturando a agressividade punk com a suavidade dos hippies e as linhas caras da sociedade. É a moda. Realmente ela existe por menor que seja sua influência. Todos acabam caindo dentro dela. Até a linha considerada alternativa já é um novo grupo fácil de ser identificado. Acho que existe nas pessoas uma necessidade obscura de auto-rotulação. Bom, a gosto pra tudo e o respeito deve ser praticado e entendido, para que essas coisas continuem acontecendo. Gosto mesmo é de usar minhas coisas por anos e anos (acho que nunca abandonarei minha calça chadrez vermelha!) , descombinar e me sentir bem...Afinal, se todos estão se sentindo bem, isso é o que vale! Não sei se também já rotularam, ou se isso já é uma tendência, mas os chápeus ainda são suspeitos para os habitantes da grande capital. Que pena...

O início. O fim. O sempre.

Resolvi criar um blog. Nada tão original nos dias atuais. Mas tenho expectativas positivas para o futuro dele. Inicialmente quero falar sobre o nome que dei ao meu diário virtual. Há alguns anos conheci um banda belga chamada dEUS ( eles usam essa linha como fonte) e um dos seus álbuns tem como título "In a bar under the sea" de 1997, que pode ser traduzido fantasiada e implicitamente como em um bar no fundo do mar. Outras pessoas podem interpretar de outras formas, mas talvez eu pense apenas como um bom lugar para conversar, pensar, refletir e entender ou não coisas.
Se um dia tiver oportunidade de ouvir, não só este álbum muito experimental, mas também todos os discos, creio que não se decepcionarão. Isso é o primeiro, ou o segundo....Um minuto ou um século. O início e o fim. Infelizmente, em alguns momentos não terei tempo suficiente para deixar meus "posts" completos ou até interessantes ( ainda bem que posso editá-los se necessário!). Hoje é um desses dias, por isso paro por aqui. Pelo menos até terminar minha aula e meus afazeres do trabalho.