raras artes

São sensíveis as estâncias literárias, musicais e de todas as formas de expressões visuais (artísticas ou não)... E atemporal a arte da inspiração. Sendo inóspito o estado de aceitação e espera, entramos em dolorosa crise criativa. O tempo todo. É certo que existem técnicas, manhas e cativantes ações capazes de acelerar tais processos. Podemos dizer que vivemos em um tempo onde gostamos de obras literárias completas pelo fato de que um bom livro ou poesia, rapidamente é associado ao poder criativo e único de seu criador. Ouvimos discos inteiros às vezes porque, o método de produção se baseou em um grande acerto inspirado.

Pelo fator internet, isso tende a acabar. Baixamos faixa a faixa, não gostamos de álbuns longos e do ócio criativo (apesar da facilidade de se obter uma discografia completa). Cria-se então outro enorme nicho de mercado. Mas não é o foco deste texto.

A percepção me bateu à porta e caiu a ficha de uma nova oportunidade para os donos da paciência: Porque sofrer pelo período de ócio e abandono criativo, se em raríssimos momentos, pode surgir uma grande obra, capaz de satisfazer o criador e as criaturas? Dois coelhos em uma só cajadada. O que veio da mais longínqua idéia do que é a inspiração (e de onde ela vem) acaba de fazer valer apena cada bola de papel que, ao invés de ir para o cesto de lixo, se torna um rascunho dentro de uma pasta velha (postumamente transformado em raridades artísticas de valor inestimável).

Ainda é complicado entender alguns valores dos homens, porém, muitos deles, jamais pensados por alguém que espera entrar nas colunas e revistas de arte, farão o caminho que certamente polêmico, constituirão sua história (o lado A e o lado B) e serão motivos de muitos momentos e debates.

Um comentário:

Isabela Lennon disse...

Concordo plenamente :)