Memórias de um porão do rock

Quantas histórias para um dia e meio! A troupe ( Eu, Marcela, Natan e o atrasado coisinha) fizemos uma viagem de ônibus bem cansativa e engraçada. Um "santo" roncava (ou ronrronava, grungia, esbaforada sei lá) durante todo o trajeto e o cômico coisinha por hora se desmanchava em risos, por outra, imitava os ruídos emitidos pelo estranho da frente. Ninguém em Brasília sabia dar informação alguma, por isso, a decisão mais sensata quando chegamos na "suposta" rodoviária da cidade, foi rumar ao local do evento, o estádio Mané Garrincha. Quando chegamos, a surpresa: Nada. Não tinha nada perto, ninguém por perto (exceto o pessoal que limpava a sujeira do dia anterior) e nada pra fazer. Faltava ainda cerca de 6 horas para aberturas dos portões e então decidimos nos arranjar no sossego de uma sombra durante este tempo. Durante uma passagem ao shopping para pegar grana e lanchar um pouco, observamos vários apetrechos tecnológicos no banheiro, nas lojas e até mesmo no bebedouro e todos demoraram para conseguir fazer o que parecia tão simples: Esguichar água! Ah! Esqueci de comentar sobre algo que parecia impossível, se tratando do centro da capital do Brasil: Achamos uma goiaba! Depois de mais algumas horas de um sarau "mudo" e de poesias exdrúxulas, caminhamos por intermináveis metros (ninguém anda a pé em Brasília??) encontramos com o Marcelo e sua namorada de lá. Fomos para torre de TV e admiramos a vista da cidade, como tenho muita vertigem de altura com muita gente, não me demorei por lá. Estar ali com Marcela depois de quase desistir da viagem pelos acasos, foi a maior satisfação.
Enfim entramos. A primeira apresentação no palco pílulas, foi da banda local Gilbertos come Bacon, uma espécie de Tihuana (segundo Marcelo) com o Rappa. Uma mistureba bem enérgica e sem identidade que esquentou a tarde e nos preparou para o que estava por vir: Uma sequencia de diferentes sons e bandas com propostas ousadas e brilhantes. Me decepciono cada vez mais com as bandas mineiras que parecem se estagnar apenas no que pra mim, nada mais é que cópias ruins dos Hermanos cariocas. A cena mineira está fraquíssima perto do resto do Brasil, prova disso: Numero de bandas mineiras no porão do rock: 0,0.
Divertidíssimo! Ainda vazio, o porão do rock abriu o palco (agora o principal, o mesmo do Muse) para o show da fusão do Móveis coloniais de acaju com o Thomaz, do autoramas, o Vai Thomaz no Acaju. Naquele momento, tinha certeza que alegria e diversão não faltariam! Eram dois palcos principais, um ao lado do outro e após o término de uma apresentação, em menos de cinco minutos a seguinte tinha início. Após o Vai Thomaz no Acaju, entrou o Canastra (que agora conta com as baquetas do Rodrigo Barba, ex Los Hermanos) puxando todo mundo para sair no sapateado. Isso mesmo, um rockabilly divertido e muito dançante e descontraido, acompanhado dos gritos do público que já conhecia as canções da banda. Me surpreendeu bastante ( já tenho os albúns dos caras!) O final do show foi, como diria meus avós, chocante!

Tenho pouco para comentar sobre a banda Sapatos bicolores, que se apresentou após. Mas depois de uma esfriada, veio outra novidade: A banda francesa Papier Tigre, que depois do Muse, com certeza foi a grande atração da noite. As pessoas se chocaram com a única banda que mostrou um rock experimental, diferente, praticamente sem rótulos. Uma baterista, um vocalista e sua rickbaker e um lunático guitarrista e sua caixa de bateria na frente, emitindo algo que me lembrou bastante Fugazzi. Impressionante!E o legal que papiamos com eles mais tarde, durante o show da Lucy and the popsonics.. Ainda fazendo a ponte internacional, os argentinos do The Tandorris fizeram o típico rock seco e cru. Foi legal, mas o som não estava muito bem regulado e acabou ficando insosso. Depois conversamos com os caras também, sobre futebol, mulheres e rock. Eles ficaram contentes em saber de Coisinha, que o Messi seria melhor que Ronaldinho...
Thomaz novamente ao palco. Desta vez pelo Autoramas. Eu achei ele super engraçado. São velhos de guerra na cena alternativa, fizeram um bom show. Já estava lotado, já estavamos bem animados com as cervejas e a expectativa para o Muse começava a circular pelos ares.
O pessoal começou a marcar lugar, a se locomoverem menos. Então decidimos ir ao banheiro uma última vez, para assistirmos bem de perto Matt cia. Infelizmente nada posso falar do Mundo livre S/A. O supergalo passou liso e a Pitty, teve o show mais longo da sua história (pelo menos para os fãs d0 Muse). Agora eles, merecem um capítulo especial!

Um comentário:

fernanda ler.ato disse...

"o que será que será?"

ah, a fotografia foi tirada por uma amiga amada... tiramos esses dias lá no RJ do coração!!! =)

sabe o que eu queria? ter visto móveis e o barba...
móveis é "massa" né... fui em show deles aqui em sp, tempos atrás...

pelo visto... vossa viagem foi feliz...
foram dias bons...

tenha bons dias...
beijo,
fê, a moça da foto!